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A última página de um romance "perfeito"

Créditos: Érica Lopez 

E é muito engraçado como escrevemos nossas histórias de amor. Nelas, as regras gramaticais sempre são ignoradas. Mas é que na verdade no amor não há regras. E é por isso que as escrevemos com ínicio e meio, sem fim.
 Grande erro. Viver nessa falsa positividade, ignorando a última página com um Fim escrito seguido de um ponto final quase invisível.  Apagando-o por diversas vezes, e observando-o ressurgir. Não há como ignorar. O fim é um fato. Fatos são adiáveis. Mas nunca, jamais irreversíveis.
 E cá estou eu, sem saber o que vêm depois disso. Como se aprendesse a andar, como se fosse um mundo novo. Devo chorar? Devo sair por ai? Devo fazer coisas óbvias? Deixar o tempo passar? Isso é difícil. Dó isso de ver meses serem separados por erros e horas. Acabou de vez dessa vez. Sem aquilo de preciso de um tempo ou falamos sobre isso amanha. Sem vírgulas, isso é um ponto final. E não há mais páginas para começar um novo capítulo.
 Eu gostaria de ter tudo programado. O que fazer depois de você. Mas sabe, eu não escrevi um romance real, redigi um conto de fadas com "pra sempre" como frase final. E droga, essas palavras têm mesmo poder.


 Eu, que passei a vida inteira pensando que a vida não deveria ter um roteiro, agora estou assim, implorando por um. Eu quero continuar a viver, e não me limitar ao que você deixou aqui. A lembranças e doses amargas de mágoa. Foi sádica a forma como você me deixou, sem caminhos pra traçar, sem um beijo de Adeus. Apenas alguns caracteres por sms. Que Adeus covarde não?
 Eu já sabia que você não era perfeito. Mas mesmo assim via perfeição em você. Em nós. E mais uma vez eu fechei os olhos e vivi tudo assim, de um modo cego, sem ver os erros. Sem ver o fim. Eu quis acreditar que seria eterno. Eu acreditei. Mas eu esqueci que isso se chama Terra, não Wonderland. Eu fui ótima em ignorar o fim, mas ele foi péssimo em desistir de mim.
 Talvez amanha eu procure algum lugar nessa cidade que não me lembre você, talvez eu me dístraia, talvez eu procure situações graves, talvez eu forje surpresas. Talvez eu vá traçando um roteiro novo, ou talvez eu volte a querer viver uma vida sem eles. Mas hoje, só por hoje, como despedida, vou acender mais um cigarro e ler a nossa história de novo. Como sempre, pulando o fim.

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